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Reflexão individual de Ana Nina Andrade

 

 

     As 30 horas de intervenção prática, na “Sala dos Pequenos Pintores” da Escola Básica com Pré-Escolar do Boliqueime, foram certamente uma mais-valia para a minha formação profissional e pessoal. Esta possibilitou-me observar e participar ativamente em toda a dinâmica de uma sala de Educação de Infância. Desde que entrei na sala pela primeira vez, foi passível sentir um receção calorosa, quer por parte das crianças quer por parte da educadora Lúcia e das auxiliares de ação educativa.  

     Foram escolhidos como principais intervenientes da observação: as crianças, o educador e a organização e gestão do tempo/espaço que a educadora tem ao seu dispor. Quanto a observação participativa, interagimos com as crianças em quase todas as suas rotinas, ficando a conhecê-las melhor e a compreender como ocorrem as suas aprendizagens, quais as suas necessidades e interesses.

     Todo o ambiente educativo observado nesta sala assenta no bem-estar e na segurança das crianças, privilegiando a relação harmoniosa entre estas e os adultos de forma a desenvolver as capacidades individuais e a vida em grupo, respeitando sempre o individualismo próprio de cada criança e as suas vivências. Este é portanto um grupo meigo e afetuoso, que procura por vezes o adulto para resolver os seus conflitos. Nesses casos a educadora incentiva e encoraja as crianças a falar umas com as outras. É de destacar que todo o grupo tem uma relação muito próxima com a educadora, estando  todos muito a vontade com a esta, ao mesmo tempo que a respeitam. “O grau de bem-estar evidenciado pelas crianças num contexto educativo indicará o quanto a organização e dinâmica do contexto ajuda as crianças a “sentirem-se em casa”, a serem elas mesmas e a terem as suas necessidades satisfeitas”. (Laevers & Van Sanden, 1997, citado por Portugal e Leavers, 2010, p.19).

     Relativamente à sala, esta é o espaço educativo onde as crianças passam a maior parte do tempo. Por esse facto é importante que este esteja organizado de acordo com as necessidades e a faixa etária a que se destina. Assim, foi possível  conferir que o espaço educativo apesar de ter dimensões reduzidas é adequado, pois as crianças mostraram-se envolvidas no espaço, e demonstram conhecimento e respeito pelas regras existentes.

     Durante esta prática pedagógica tive a oportunidade de participar sempre em todas as rotinas das crianças, o que permitiu perceber melhor como é feita a interação entre a educadora e as crianças durante as rotinas e como estas são fundamentais para as crianças e para o seu bem-estar e desenvolvimento. Na Educação de Infância, todos os momentos são importantes. Tudo é feito com intencionalidade, nada é feito por acaso. Até mesmo nos momentos de brincadeira livre que as crianças têm no tapete são pensados para estimular o seu desenvolvimento. Muitos dos brinquedos colocados à disposição das crianças para além de ser adequados à sua idade, fazem com que trabalhem a sua motricidade fina, o seu raciocínio, as noções de grande e pequeno, entre muitos outros conteúdos.  

     Ainda no que toca às rotinas, a “Sala dos Pequenos Pintores” não realiza a hora da sesta. Apesar da própria educadora cooperante ser da opinião que era importante faze-lo, pelo menos com as crianças mais novas (3 e 4 anos), a instituição não o permite e organização espacial da sala também não. Na minha visão, as crianças em idade pré-escolar (pelo menos até aos 5 anos) deveria dormir depois da hora de almoço, mesmo que com períodos de duração variada. Sabendo que o sono tem como funções a reorganização funcional do sistema nervoso central; a reparação do cansaço físico e a estimulação da memória e da aprendizagem, este ajuda as crianças a desenvolverem-se saudavelmente. Um estudo científico realizado pela Universidade de Massachusetts Amberst,  nos Estados Unidos e  publicado na "Proceedings of the National Academy Sciences, refere que dormir a sesta aumentou em 10% a quantidade de informação retida por um grupo de crianças observadas, com idades entre os 3 e os 5 anos. Os autores do estudo consideram que a sesta detém uma enorme importância para a consolidação da memória e para a aprendizagem em fase precoce (Costa, 2013).

     As atividades que planeamos e desenvolvemos com as crianças durante toda a prática pedagógica procuraram trabalhar as mais diversas áreas de conteúdos e domínios. Para tal, desenvolvemos atividades no âmbito da expressão plástica, da expressão dramática e da expressão musical. A escolha destes domínios recaíram sobre as atividades de maior interesse e motivação das crianças. De modo geral, sou de opinião que todas as atividades que planeamos e executamos com os "Pequenos Pintores" correram bem, pois as crianças participaram ativamente e demostraram a aquisição/desenvolvimentos de competências. A educadora elogiou o nosso empenho e fez as suas observações construtivas, ajudando-nos a melhorar em diversos aspetos.

     Não posso deixar concluir esta minha reflexão, sem agradecer à Instituição pela forma como nos recebeu, bem como à “Equipa de Sala”, especialmente à Educadora  Lúcia pela sua dedicação, disponibilidade e também pela grande ajuda que nos deu em todas a orientações e referências durante a prática pedagógica. Para além disso, a sua atitude perante as crianças e o grande trabalho que faz com elas será um exemplo a seguir. Quero ainda agradecer aos ("nossos") "Pequenos Pintores" pelas aprendizagens que nos proporcionaram e por todo o carinho e amizade.  

 

 

 

Referências:

Portugal, G.; Leavers, F. (2010). Avaliação em Educação Pré-Escolar – Sistema de Acompanhamento das Crianças. Porto: Porto

         Editora.

Costa, A. (2013). Estudo reforça importância das crianças dormirem a sesta. Consultado em:

         http://expresso.sapo.pt/sociedade/estudo-reforca-importancia-das-criancas-dormirem-a-sesta=f832073

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